INFECÇÕES PARASITÁRIAS PREVALENTES NA COMUNIDADE ESTUDANTIL DE UMA UNIDADE ESCOLAR PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO, RJ
Resumo
O presente estudo visou identificar as infecções parasitárias que afetam a comunidade escolar do 10 ao 50 anos do ensino fundamental de uma unidade escolar pertencente à rede municipal de ensino do Rio de Janeiro, RJ. A seleção da unidade escolar (UE) foi feita com base em critérios previamente estabelecidos. Durante a fase de pré-estudo, uma reunião foi realizada junto à equipe pedagógica da UE em que a pediculose foi sugerida como a infecção parasitária de maior prevalência no ambiente escolar. Na fase de desenvolvimento do estudo, implementou-se a estratégia pedagógica visando informar a comunidade quanto às formas de prevenção e controle da pediculose. Foram realizadas palestras, oficinas de ciências além da aplicação de um jogo educativo. Um questionário sócio-epidemiológico foi distribuído aos responsáveis pelos escolares. A análise dos resultados foi realizada com o auxílio de métodos de estatística descritiva. A Escola Municipal Tagore, localizada no bairro da Abolição, foi selecionada para o presente estudo por ser uma escola com menos de 400 escolares, situada no entorno do Centro Universitário Celso Lisboa (UCL), onde um dos coautores era estagiário e pode servir de elo de ligação, possibilitando avaliar o interesse da equipe pedagógica em estabelecer parcerias. A comunidade escolar foi caracterizada quanto a gênero, idade, desempenho acadêmico, naturalidade, tipo de moradia, disponibilidade de serviços de abastecimento de água, esgotamento e coleta de lixo. Os resultados confirmaram que a pediculose é a infecção parasitária de maior prevalência na UE, com os entrevistados reportando a infecção em 41% dos escolares. A análise dos resultados revelou ainda que as verminoses são comuns na UE, com a enterobíase sendo relatada em 13% dos escolares. Foram observados comportamentos e hábitos de higiene pessoal na comunidade escolar que contribuem para a disseminação destas infecções parasitárias. A implementação de uma estratégia pedagógica participativa permitiu enfatizar as relações entre higiene pessoal e transmissão de parasitos de maneira criativa e participativa, encorajando mudanças de atitude entre os membros da comunidade escolar bem como conscientizando-os da importância de manter-se saudável, conforme pode ser verificado em visitas posteriores à UE.
Referências
BARBOSA, J. V.; PINTO, Z. T. Pediculose no Brasil. Entomologia y Vectores, v. 10, n.4, p. 579-86, 2003.
BELLOTO, M.V.T et al. Enteroparasitoses numa população de escolares da rede pública de ensino do Município de Mirassol, São Paulo, Brasil. Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 2, n. 1, p. 37-44, 2011.
BUSH, A.O. et al. Parasitology meets ecology on its own terms: Margolis et al. Revisited. Journal of Parasitology, v. 83, p.575-583, 1997.
CENTER FOR DISEASE CONTROL. Enterobiasis. Disponível em: https://www.cdc.gov/parasites/pinworm/. Acesso em: 15 fev. 2017.
GABANI, F.L. et al. Pediculose nos centros de educação infantil: conhecimentos e práticas dos trabalhadores. Escola Anna Nery Revista de Enfermagem, v.14, n.2, p. 309-317, 2010.
GRYNZSPAN, D.; OLIVEIRA, V. Em busca da implantação da perspectiva CTSA no cotidiano escolar: do ensino de Ciências à transdisciplinaridade. In: VII SEMINÁRIO IBÉRICO/ III SEMINÁRIO IBERO-AMERICANAO CTS NO ENSINO DE CIÊNCIAS “CIÊNCIA, TECNOLOGIA E SOCIEDADE NO FUTURO DO ENSINO DE CIÊNCIAS”, 2012, Rio de Janeiro, Anais, Rio de Janeiro, 2012, p. 1-8.
HEUKELBACH, J.; OLIVEIRA, S.A.F.; FELDMEIER, H. Ectoparasitoses e saúde pública no Brasil: desafios para controle. Cadernos de Saúde Pública, v. 19, n.5, p. 1535-1540, 2003.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Percepção do estado de saúde, estilos de vida e doenças crônicas. Rio de Janeiro, 2014.
INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Ideb Escola 2015. Disponível em:
LIBERAL, E.F. et al. Escola Segura. Journal of Pediatry, v. 81, n.5, supl., p. s155-s163, 2005. Disponível em:
MACIEL, L.N. et al. Projeto Aprendendo Saúde na Escola: a experiência de repercussões positivas na qualidade de vida e determinantes da saúde de membros de uma comunidade escolar em Vitória, Espírito Santo. Ciência da Saúde Coletiva, v.15, n.2, p. 389-396, 2010.
MARINHO, M.S. et al. Prevalência de enteroparasitoses em escolares da rede pública de Seropédica. Revista Brasileira Análises Clínicas, v. 4, n. 4, p.195-19, 2002.
MELO, M.E. FERRAZ, N.F.; ALEIXO, L.D. Importância do Estado da Prevalência de Parasitos Intestinais de Crianças em Idade Escolar. Revista de Saúde e Biologia, v. 5, n. 1, p. 43-47, 2010.
NEVES, D.P.P. Parasitologia Humana. 11º Edição. São Paulo: Atheneu, 2005. 264 p.
PINTO, T.Z.; VARGAS, P.E. Abordagem educativa e divulgações sobre tratamento de pediculose na internet. Disponível em:
QUADROS, R.M. et al. Parasitas intestinais em centros de educação infantil municipal de Lages, SC, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, v.37, n. 5, p. 422-423, 2004.
REY, L. Bases da Parasitologia Médica. 3ºedição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara-Koogan, 2011, 424 p.
TOME, O.R. et al. Inquérito epidemiológico sobre conceitos de zoonoses parasitárias para professores de escolas municipais do ensino infantil de Araçatuba, SP. Revista de Ciências e Extensão, v. 2, n. 1, p. 38-46, 2005.
VASCONCELOS, E. M. Educação popular como instrumento de reorientação das estratégias de controle das doenças infecciosas e parasitárias. Cadernos de Saúde Pública, v. 14, supl. 2, p. 39-57, 1998.
Palavras-chave
Declaro que o presente artigo é original, não tendo sido submetido à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou em sua totalidade. Declaro, ainda, que após publicado na Revista Presença editada pelo Centro Universitário Celso Lisboa, o mesmo não será submetido por mim ou por qualquer um dos demais coautores a qualquer outro meio de divulgação científica.
Através deste instrumento, em meu nome e em nome dos demais coautores, porventura existentes, cedo os direitos autorais do referido artigo à Revista Presença e declaro estar ciente de que a não observância deste compromisso submeterá o infrator a sanções e penas previstas na Lei de Proteção de Direitos Autorias (Nº9609, de 19/02/98).